Sérgio: Aqui está uma máquina de fazer histórias. O fato é que cada um é uma peça fundamental nessa engenhoca. Um movimento emenda no outro e o resultado só é possível se todos estiverem trabalhando. Talvez a máquina de fazer história seja um dispositivo que exista dentro de nós para impulsionar as ideias.
Jeff: Hoje, vamos falar sobre como as avós criaram todas as coisas. UNO… cada vez que a minha avó conta uma história, ela inventa um o mundo. DOS… ser avó é plantar todos os pedaços de si nas coisas até virar poeira no de espaço, TRES… o átomo da pelanca do braço da minha avó está no músculo do meu coração...
Sérgio: Antes de tudo vieram as avós. A minha era a mais famosa ladra de glacê de bolo de aniversário. Dos dedos dos átomos da Vó Dona Rachel fez-se um piano. E pra cada tecla que ela apertava nascia uma coisa. A terra, as montanhas, o céu, as nuvens, a lua, as escolas, as sereias, sanduíches, árvores, baratas, dinossauros, macacos, crianças.
Rafa: Na hora do chá, ela se reunia às outras avós e avôs para um chá com os dinossauros onde combinavam todas as invenções. Cada um tinha um jeitinho de criar coisas. A vó Lindalva só precisava imaginar bem forte, o vô Luiz modelava as estrelas, a vó Dulce cozinhava as ideias, o vô Chico fazia de madeira.
Vittoria: Zenilda, Darcy, Alice, Waldeci, Ney, Luiz, Elma, Seu Nunes, Sonia, Salli, Lofô, Francisco, Dora, Chico, Bernadete, Nenzinha, Lourdinha, Fred, Antônio Carlos, Alexandre O Grande, Tutankamon, todos os avós foram responsáveis pela criação de tudo.
Vanessa: Um dia, as avós estavam dando um rolé na avenida principal da lua, quando viram um espetáculo de luzes vindo da Terra. Meteoros de todos os tamanhos dançavam com o planeta, em abraços, colisões, sufocamentos, explosões.
Fernandinha: De lá os dinossauros se despediam em piruetas e cambalhotas, virando poeira de novo. Elas sentaram na bordinha da lua, abriram uma pipoca, colocaram seus óculos escuros e assistiram a tudo.
Jeff: No fim, se levantaram, bateram uma mão na outra, pra limpar o sal, tiraram os óculos e sacudiram as pelancas. Sabiam que teriam muito trabalho pela frente. Uno, dos, tres...